terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mercado de Trabalho em Movimento


O investimento feito em uma carreira, hoje, é alto; qualquer curso demanda sacrifício financeiro para um profissional sem renda. A teoria defendida por tantos “gurus”, escritores famosos e filósofos é muito bonita, porém, as competências, habilidades e os conhecimentos não estão sendo prioritários, o que demonstra a imaturidade do mercado. A desmotivação e o descrédito tomam conta dos profissionais que passam a viver em um outro momento: o da observação. Estes observam as empresas, que diante da dificuldade financeira e da falta de competitividade no mercado, “sofrem de miopia”, uma vez que encontram dificuldades em captar, durante um processo de seleção, uma pessoa que possa realmente agregar valores ao seu negócio, aumentando, assim, o resultado de sua empresa.

As empresas que pensam em aumentar a produtividade, o faturamento e o marketing, precisam primeiramente de investir mais no conhecimento sobre a emoção humana, já que todas as atividades são administradas por pessoas. Estas últimas possuem sentimentos, medos, angustias, alegrias, tristezas... cada qual com sua história. São elas que influenciam diretamente no resultado da empresa.

Existe uma teoria que demonstra a necessidade dos profissionais em buscar auto-conhecimento para crescerem e desenvolverem como pessoas, serem gerentes, líderes mais flexíveis, componentes... Existe uma tendência em buscar um profissional com formação humanística para ser dirigente de uma empresa, acreditando na sua percepção, sensibilidade e conhecimento com relação a si mesmo e ao outro. Hoje, também, já existem empresas de RH que desenvolvem trabalhos com grupos terapêuticos constituídos exclusivamente por estes dirigentes.

Trabalhar pessoas é o grande desafio dos empresários e gerentes de um modo geral. O ser humano é imprevisível, pois para ele não existe fórmulas e sim, possibilidades. O desenvolvimento é continuo e as mudanças afloram o ser desconhecido, o que explica a necessidade do auto-conhecimento. Ao conhecer suas limitações e dificuldades, fica mais fácil compreender a individualidade do outro. Se a sua auto-imagem é positiva, possivelmente você conseguirá ver muito mais qualidades nos outros, do que defeitos; isso é só uma questão de percepção.

É importante criar um espaço para empresários, gerentes, supervisores e coordenadores de equipe descobrirem-se como seres humanos, abandonando o mito do super-héroi: invencível e imbatível, o melhor e o maior, aquele que aceita tudo e nunca falha. E por ser mito, está no imaginário e não no real. No real o ser humano é frágil, vulnerável, submetido a altos e baixos, contraditório, ambíguo e, muitas vezes, estranho para si mesmo.

Este tipo de espaço visa possibilitar a formação de grupos para trabalhar o auto-conhecimento e o questionamento das imposições sociais e visa, também, medir a necessidade de aprovação, medo do julgamento e do erro, dificuldade para impor limites e dúvidas perante o próprio potencial, capacidade e competência.

O grupo pode favorecer o fortalecimento da pessoa através do desenvolvimento de seus próprios recursos internos, tornando-os menos severos e exigentes, mais sensíveis as razões do coração e mais corajosos de experimentar os próprios sentimentos. Com isso, aprenderá a nomea-los e, através deles, escolher qual o melhor comportamento e atitude a serem tomados. E, mais importante que isso, capacita-lo a desenvolver sua intuição, ferramenta fundamental, de infinito saberes, enferrujada e em desuso pela desvalorização no engodo do mito do progresso, cujo fruto mais amargo é a tecnocracia, assim como os mitos da cienticidade e objetividade.

Buscar o entendimento desse movimento, em que o gestor precisa estar mais consciente de suas reais necessidades e integra-las com a demanda de profissionais oferecida pelo mercado, pode ser a chave para o sucesso e crescimento de muitas empresas.

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